o medo: dome-o
(Antônio Sodré)
o medo não mora
nos altos píncaros
não mora
o medo
nos abismos
no oceano profundo
o medo não habita
onde quer que estejamos
e onde formos
longe ou perto
dentro ou fora
o medo nos encontra
e se instala
- ai de mim, que existo
e sei!
e permanece o medo
escondido entre entranhas
encostado nas sujas paredes
em que escrevemos nossas vontades
o medo que é.
e está.
e eu, que vivo à margem,
sempre do lado de lá,
espero o medo
(com suas plumas
e bijuterias)
me achar.