quarta-feira, novembro 30, 2011

Novembro

Novembro me chorou
água de trânsito cansado
olhos de cor fumê
fechados pro movimento do amor
as coisas são assim
há sim na vida
há sim nas vontades irrealizadas
ah, sim para o acaso
os ônibus despejam gentes
as camisas recolhem suores
e o triste ano continua
infarto de semeaduras
o que se colhe
o que se ex-colhe
Novembro me choveu
e me plantou
agora espero uma nova
terra
e um novo sol

quarta-feira, novembro 16, 2011

Felicidade

crio no quintal de casa
uma felicidade carijó
alimento-a com migalhas
de dias bonitos
cacarecos de vida
vez em quando ela
se chega a mim
 ciscando meu peito
atrás de um sorriso
vez ou outra ela se empoleira
mais cedo
são os dias que vêm escuros
depois ela choca
choca promessas
novos amores
e daí pela manhã
estamos prontos pro futuro anunciado

domingo, novembro 13, 2011

Tempo

à tua partida
dediquei uns
versos secos
versos soltos
nodosos como
o tempo
da tua partida
restou uma breve
versão dos fatos
de nossos feitos
o tempo
espera ver você
dizer que fica
mas você foca 
o tempo
que corta como faca
que inventa tua falta
o tempo
à tua partida

segunda-feira, novembro 07, 2011

Fragmentos



Por amor ou euforia... tudo de novo eu faria. 

=]

Só pra mudar um pouco, né?


sábado, novembro 05, 2011

Céu Nublado

o céu nublou meu peito
surgiram vozes alexandrinas
me encomendando alguns versos
para levar aos confins da poesia
nada pude fazer: 
carrego em mim sedimentos
de vida desmetrificada
em minha formação rochosa
advinda de séculos de mundo
brotou um ipê amarelo
sonhei-me em poeta
nada pude fazer:
o que me compôs foi areia
brilhei feito quartzo
mas eu era agreste
das minhas várzeas então
renasci vento torto
peito meu nublou céu